Author Archives: Vitor Silva

Sono da Alma

Tradução da pergunta “Quando uma pessoa morre, para onde vai a sua alma ou espírito antes da Segunda Volta?” do livro Now, That’s a Good Question! Copyright © 1996 por R.C. Sproul

"Now, That's a Good Question!: Answers to Questions about Life and Faith" por RC Sproul
Este livro tem mais de 300 respostas às mais frequentes perguntas sobre Vida e Fé

“Através da sua história a Igreja debateu-se com o conceito do chamado “estado intermédio” – ou seja, a nossa posição desde o momento em que morremos até ao momento em que Cristo consumará o seu reino e completará as promessas que afirmamos no Credo Apostólico[1]. Acreditamos na ressurreição do corpo. Acreditamos que haverá um tempo em que Deus reunirá a nossa alma e o nosso corpo, e que teremos um corpo glorificado assim como o de Cristo quando saiu do sepulcro como o “primogénito de entre os mortos”. Nesse entretanto, o que acontece?

A posição mais comum tem sido a de que, na morte, a alma vai imediatamente à presença de Deus e há uma continuidade na existência pessoal. Não existe uma interrupção de vida no final desta vida, mas continuamos vivos através das nossas almas pessoais após a morte.

Há quem tenha sido influenciado por uma visão cúltica chamada Psychopannychia[2] (em Português: Psicopaniquismo), mais conhecida como sono da alma. A ideia é que no momento da morte a nossa alma entra num estado de animação suspensa. Ela permanece num sono, em estado inconsciente, até ser despertada no momento da grande ressurreição. A alma ainda está viva, mas está inconsciente, de modo que não há percepção da passagem do tempo. Eu julgo que esta conclusão é retirada de forma inapropriada da maneira eufemística como no Novo Testamento se fala das pessoas que morreram como estando adormecidas. A expressão judaica comum de as pessoas estarem “adormecidas” significa que elas estão maravilhadas com a pacífica tranquilidade daqueles que atravessaram as lutas deste mundo e se encontram na presença de Deus.

Mas o que as Escrituras no geral nos ensinam, mesmo no Antigo Testamento onde o seio de Abraão era visto como o lugar da vida após a morte, é que existe uma persistente noção de continuidade. Paulo explica-o desta forma: Viver nesta vida é bom; o mais grandioso que pode vir a acontecer é participar na ressurreição final. Mas o estado intermédio é ainda melhor. Paulo disse que estava dividido entre os dois.[3]

Por um lado, o seu desejo era partir e estar com Cristo, que é muito melhor, e por outro, ele tinha um desejo de permanecer vivo e continuar o seu ministério nesta terra. Mas a opinião do apóstolo, de que a passagem pela cortina da morte para esse estado intermédio ser muito melhor do que este estado, dá-nos uma pista, juntamente com muitas outras passagens bíblicas. Jesus disse ao ladrão na cruz, “Em verdade te digo que estarás comigo, hoje, no paraíso” (Lucas 23:43). A imagem do Rico e de Lázaro no Novo Testamento (Lucas 16:19-31) indica-me que existe uma continuidade de vida e de consciência nesse estado intermédio.”

Notas
[1] – “Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém”

[2] – João Calvino escreve em 1534 este tratado para refutar a errada posição teológica do “sono da alma”, propagada à época pelos Anabaptistas e por outros grupos Protestantes radicais.

[3] – “De facto, para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho. Mas se o continuar a viver é útil para o meu trabalho, então não sei o que hei de escolher. Estou pressionado de ambos os lados: tenho o desejo de partir e de estar com Cristo, o que seria incomparavelmente melhor; mas, por vossa causa, é mais necessário continuar a viver.” Efésios 1:21-24

A paz que procuramos

Um amigo partilhou a seguinte mensagem no Facebook e eu decidi escrever este artigo.

Na minha opinião poucas coisas colocam, nos dias de hoje, um maior obstáculo à correcta percepção do Evangelho do que a prática do “sacrifício” pessoal como um meio reconciliador com o Deus das escrituras.

As obras já escritas sobre Antropologia da Religião demonstram, ao analisar o comportamento do ser humano ao longo da história, uma natural inclinação de este tudo fazer para tentar obter a aprovação de Deus. Essa predisposição de agradar a figura que intuitivamente todos reconhecemos como autor da realidade e juiz supremo ao qual prestaremos conta do que fizemos e pensamos durante a nossa vida, através do sacrifício pessoal, é tão antiga como o tempo. Porém, este conceito de penitência, o sofrimento pessoal, oferecido como pagamento de pecados cometidos é um conceito perfeitamente estranho à Bíblia. Façamos então uma comparação entre o que ensina a Igreja Católica, da qual este meu amigo é membro, sobre o tema,

“«Toda a eficácia da Penitência consiste em nos restituir à graça de Deus e em unir-nos a Ele numa amizade perfeita». O fim e o efeito deste sacramento são, pois, a reconciliação com Deus. Naqueles que recebem o sacramento da Penitência com coração contrito e disposição religiosa, seguem-se-lhe «a paz e a tranquilidade da consciência, acompanhadas duma grande consolação espiritual»1

O Sacramento da Penitência e da Reconciliação, artigo 4, tópico 1468 – link
1- Concílio de Trento, séc XVI, 14ª, Doctrina de sacramento Paenitentiae, c. 3: DS 1674

com o conteúdo apostólico das Escrituras que lhe deram origem.

“Sabemos porém que uma pessoa não é justificada pelo cumprimento da lei mas por meio da fé em Jesus Cristo. Ora nós cremos em Jesus Cristo para sermos justificados pela fé e não por termos feito o que a lei manda. Pois ninguém será justificado perante Deus por cumprir a lei.”

Gálatas cap. 2 ver. 16 – link

“Não desprezo a graça de Deus, pois se alguém pudesse ser justificado pelo cumprimento da lei, então a morte de Cristo de nada serviria.”

Gálatas cap. 2 ver. 21 – link

Nota: A lei a que estes versículos se referem eram os 613 mandamentos, leis ou regras contidas nos 5 livros primeiros livros da Bíblia, escritos por Moisés. O Judaísmo era uma religião fortemente legalista.

“Porque é pela graça que estão salvos, mediante a fé. E isto não é mérito vosso, é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie.”

Efésios cap. 2 ver. 8-9 – link

A caminhada do Cristão é imperfeita porque, mesmo após o novo nascimento -a conversão que vem até nós após entendermos e aceitarmos o Evangelho– continuamos infectados por essa doença chamada rebelião. Essa rebelião por vezes produz em nós pecados, e quando isso acontecer não vamos desprezar o sangue que Jesus verteu por nós tentando por nossos próprias mãos reconciliar a nossa vida com Deus. Antes, devemos confiar na promessas que os Apóstolos João e Paulo nos fazem,

“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós próprios e faltamos à verdade. Mas se confessarmos os nossos pecados, Deus que é fiel e justo perdoará os nossos pecados e nos purificará de todo o mal. Se dissermos que não cometemos pecado, fazemos de Deus mentiroso, e a sua palavra não está em nós.”

1 João cap. 1 ver. 8-10 – link

“Mas agora não há condenação para os que estão unidos a Jesus Cristo.”

Romanos cap. 8 ver. 1 – link

Esta inclinação em fazermos algo que nos custa, feito com sacrifício, evento normalmente associado a um plano espiritual, seja uma simples caminhada, longas peregrinações, doações, sacrifícios animais ou humanos (este último felizmente já não muito vulgar) é um componente forte da maioria das religiões mundiais.

Mas, se podemos afirmar algo em relação ao Cristianismo e à forma como vingou no mundo ocidental é que esta não é uma religião igual às outras. Esta é uma religião cujas premissas se distinguem das demais já que foi instituída por Deus e não pelo ser humano. A grande diferença é esta: as religiões prometem que há um conjunto de acções e práticas que o Homem deve cumprir para dessa forma ganhar o favor de Deus, o sentido é ascendente, a isto chamamos salvação pelas obras.
Ao invés, o Cristianismo bíblico em perfeita oposição a todas as outras religiões, mostra-nos um Deus misericordioso que desceu até ao Homem para o salvar da -justa- condenação, já que ele não o podia fazer por si só. Deus pede para que o Homem confie n´Ele, por fé. A isto chama-se a salvação pela graça (graça=favor imerecido), por meio da fé.

A verdade é que somente podemos encontrar a completa paz na nossa vida após aceitarmos a obra cumprida por Jesus na cruz. Essa é a obra reconciliadora com Deus, não há outra. Essa obra é o Evangelho e é a que, como embaixadores de Cristo, temos o dever de anunciar aos habitantes desta terra naturalmente inóspita às verdades das escrituras.

O que dizer então àqueles que praticam e ensinam outros a ignorar a eficácia da obra já cumprida, a desmerecer o sacrifício de Jesus, a considerar essa obra como que imperfeita ou incompleta? Devemos em amor comunicar o mesmo que o autor da carta aos Hebreus, que foi bem claro quanto a este tema:

“Pensem bem quanto maior não deve ser o castigo que merecem aqueles que desprezam o Filho de Deus! E que será daqueles que desprezam o sangue da aliança que os purificou e que insultam o Espírito de Deus que lhes comunicou a sua misericórdia?”

Hebreus cap. 10 ver. 29 – link

Como suas criaturas, devemos honrar a Deus através da cuidadosa observação e prática do que nos foi por Ele deixado nas páginas do Novo Testamento. Todos os restantes ensinos ou práticas devem ser comparadas com os textos apostólicos, e, quando achados em discordância, os extra-bíblicos devem ser ignorados. Deus vai-nos julgar pelo que está revelado nas Escrituras, e não por aquilo que um homem, mulher, seita contemporânea ou organização religiosa milenar diz ser a verdade sobre Deus.

O meu conselho a todos vós é que procedamos na nossa vida sempre com o devido temor e respeito à já revelada guia de Deus, as Suas Escrituras, porque elas reflectem a perfeição do carácter divino do seu autor e como tal nunca nos causarão engano.

Jesus faz-lhe um convite, aceite-o.

“Venham ter comigo todos os que andam cansados e oprimidos e eu vos darei descanso. Aceitem o meu jugo e aprendam comigo, que sou manso e humilde de coração. Assim o vosso coração encontrará descanso, pois o meu jugo é agradável e os meus fardos são leves.”

Jesus em Mateus cap. 11, ver. 28-30 – link

E os seus fardos são leves.

Há muitas interpretações do que a Bíblia diz, como sei qual delas é a correcta?

Por RC Sproul em “Now, That´s a Good Question!“, pág. 36 

“Este é um problema que nos preocupa a todos. Existem algumas considerações teóricas  das quais poderíamos falar, mas eu prefiro antes perder algum tempo nas práticas.

A Igreja Católica Romana acredita que uma das funções da igreja é a de ser a intérprete autorizada das escrituras. Eles acreditam que não só temos uma Bíblia infalível, como temos também uma interpretação infalível dessa Bíblia. Isto de certa forma atenua o problema, mas não o resolve de forma completa.

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O Cristão Pode Perder a Sua Salvação?

“Era melhor que Deus me levasse logo deste mundo, para ver se não me perco.” Disse o Carlos (nome fictício)
“Quanto mais tempo aqui passamos, maior é a probabilidade de nos perdermos.” Continuou ele o desabafo num tom de brincadeira numa ocasião em que, juntos, tratávamos de uns assuntos administrativos da nossa Igreja.
Abanei a cabeça em sinal de discordância e com um sorriso perguntei-lhe: “Acreditas mesmo nisso?” Ele respondeu, “Acredito, tu não?”

Respondi-lhe, “Não, não acredito. Eu acredito que um Cristão jamais pode perder a sua salvação”

As muitas pessoas ao nosso redor que aguardavam a execução do serviço importante que tínhamos em mãos fizeram com que a minha mente dispersasse para longe da pergunta e após este episódio fiquei com a clara sensação -na verdade, um sentimento de culpa- que não fui esclarecedor na minha resposta. Sim, respondi à pergunta, mas não a consegui explanar nem defender a sua verdade através das Escrituras.
Temos, os apologistas, a todo o momento, o dever de apresentar argumentos lógicos e racionais na defesa da Fé e eu naquele momento prestei um mau serviço ao meu amigo e à causa de Cristo.

Assim, após meditar sobre a forma inadequada como abordei esta questão selei o tema sobre o qual iria escrever numa das próximas mensagens para o Apologética em Português. Venho desta forma colocar por escrito o que não fui capaz de transmitir ao “Carlos” na conversa que acima descrevi.

Este tema está directamente relacionado com uma mensagem publicada no passado, onde falei sobre a forma de como atingimos a salvação –se pela Fé, ou pelas Obras– e coincidência, até o vejo como uma sequência lógica no estudo da Soteriologia Cristã aí iniciado e como tal o timing deste episódio com o meu amigo foi perfeito.


Aviso!

Antes de continuar, sou obrigado a fazer uma importante pausa para esclarecer o leitor acerca da definição de “Cristão”, e esta definição é crucial para que ninguém venha ler sobre se pode ou não perder aquilo que ainda não possui, ou sequer sabe o que é:
Cristão – É todo aquele que autonomamente, usando o seu livre-arbítrio, reconhece perante Deus a necessidade de ser resgatado da Sua justa ira que pende sobre toda a Humanidade. Esse resgate/salvação só é possível obter por via da total confiança na obra já completa por Jesus Cristo. Ou seja, o Cristão é alguém que leu ou ouviu a mensagem do Evangelho de Cristo e a aceitou por fé, reagindo dessa forma em arrependimento pela vida conduzida em pecado até esse momento e reconhecendo a sua própria inabilidade de se colocar de bem com Deus. Desse ponto em diante o Cristão confia em Jesus como seu único Senhor e Salvador.

“Porque Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” João 3:16
“E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo” Atos 16:31
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; Não vem das obras, para que ninguém se glorie” Efésios 2:8-9

Sou obrigado a insistir neste ponto porque:

– alguém que se lançou num tanque de água numa tarde de Domingo como resposta à (bem intencionada) pressão exercida por família ou amigos
– alguém que foi aspergido em bebé por um sacerdote da sua confissão religiosa
– alguém que traz um símbolo religioso pendurado no espelho do carro ou ao pescoço
– alguém que vai à Igreja com assiduidade mas que se conduz como Cristão apenas durante o ato litúrgico, comportando-se como um não-crente durante as restantes 166 horas da semana
– etc
esse alguém não é Cristão. Esse alguém é membro do grande embaraço espiritual chamado Cristianismo Cultural sobre o qual já aqui escrevi no passado.

Uma pessoa identificar-se como Cristã e uma pessoa ser Cristã (de acordo com a definição Bíblica) são coisas bem diferentes por isso cada um analise a sua própria consciência nesta parte.

Tem dúvidas se a sua conversão é real ou meramente social/cultural? Eu ajudo-o a chegar a uma resposta. Considere o seguinte:

– Se a sua vida se transformou de dentro para fora após a sua vinda à fé em Jesus, então a probabilidade de ser realmente um Cristão é alta.
– Se, porém, você age como Cristão apenas para se acomodar aos padrões dos que à sua volta se identificam como tal, a probabilidade de estar a viver uma falsa-conversão é elevada.

Você tem genuíno interesse em
– Orar fora dos momentos determinados nos atos litúrgicos na sua Igreja e cultivar um relacionamento pessoal com Deus diariamente?
– Ler a bíblia por sua própria vontade e frequentemente?
– Evangelizar as almas ao seu redor que estão longe de Jesus e como tal destinadas à perdição eterna?
– Aprofundar o seu conhecimento sobre as doutrinas básicas do Cristianismo para as saber explicar quando necessário?
Se a resposta é “não” à maior parte destas perguntas, quase seguramente está a viver uma mentira… cujas consequências serão eternas.

Medite nisto por favor e analise de forma séria as reivindicações do Evangelho o quanto antes.


Afinal… de quem é a Obra?

Se estava atento à introdução do texto já saberá qual é a minha resposta à pergunta inicial, mas vou escrevê-lo novamente: Um Cristão jamais poderá perder a sua salvação!

Para vermos se esta minha opinião tem sustento Bíblico, analisemos o seguinte: o que acontece na salvação do Cristão. Quem faz o quê a quem? Estamos a observar os méritos de quem?
Alguns exemplos.

O Cristão é transformado numa nova criatura

Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.
2 Coríntios 5:17

O Cristão é redimido

Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado
1 Pedro 1:18-19

O Cristão é justificado

SENDO, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.
Romanos 5:1

O Cristão tem a promessa da vida eterna

Porque Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3:16

O Cristão tem a garantia da Glorificação

E, aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.
Romanos 8:30

 

Havendo mais degraus no caminho da Glorificação, conforme a Ordo Salutis estabelecida, mas bastando para já olhar para estes, a pergunta óbvia a fazer é: o Cristão é o oleiro (agente ativo) ou o vaso (agente passivo) desta sua nova identidade?

Qual é a posição da Teologia Reformada a este respeito?

Todos os que são chamados por Deus, redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito Santo são eternamente salvos. Estes são conservados na Fé pelo poder do Deus Omnipotente e como tal continuam a perseverar na fé.

Suporte Bíblico para a posição Reformada:

  • A pessoa que verdadeiramente crê em Jesus Cristo tem uma nova vida que é eterna.

“Porque Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16

“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” João 3:36

“Na verdade, na verdade vos digo que, quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” João 5:24

“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna.” João 6:47

“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.” João 6:51

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” João 11:25

“Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.” 1 João 5:13

“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre.” 1 Pedro 1:23

  • Todos os que chegam a uma genuína fé salvadora em Cristo são mantidos n´Ele em segurança para a eternidade, pelo poder de Deus.

“E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede. Mas já vos disse que também vós me vistes e, contudo, não credes. Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: que nenhum, de todos aqueles que me deu, se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho, e crê n’Ele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” João 6:35-40

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão do meu Pai. Eu e o Pai somos um.” João 10:27-30

“E eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda, em teu nome, aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.” João 17:11-12

“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.” João 17:15

“Porque, os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho; a fim de que ele seja o primogénito entre muitos irmãos. E, aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.” Romanos 8:29-30

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte todo o dia; fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas, em todas estas coisas, somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Romanos 8:35-39

“O qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia do nosso Senhor Jesus Cristo.” 1 Coríntios 1:8

“E nos predestinou para filhos de adoção, por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade,” Efésios 1:5

“Em quem, também, vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória.” Efésios 1:13-14

“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.” Efésios 4:30

“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” Filipenses 1:6

“Bendito seja o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo, para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos. Para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós, Que, mediante a fé, estais guardados, na virtude de Deus, para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo.” 1 Pedro 1:3-5

  • Os verdadeiros crentes irão perseverar até ao fim em fé e obediência pelo poder do Espírito Santo

“Aquele que tem os meus mandamentos, e os guarda, esse é o que me ama; e, aquele que me ama, será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:21

EU SOU a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.  Vós estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.  Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.  Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer.  Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.  Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.  Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor.  Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.” João 15:1-11

“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus, para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Efésios 2:10

“E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, Ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá.” 1 Pedro 5:10

“Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis” 2 Pedro 1:10

De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim, também, operai a vossa salvação, com temor e tremor; Porque Deus é o que opera em vós, tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.” Filipenses 2:12-13

Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço,e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Pelo que, todos quantos somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará” Filipenses 3:12-15

“Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado, porque a sua semente permanece nele, e não pode pecar, porque é nascido de Deus.” 1 João 3:9

“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca.” 1 João 5:18

Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres, pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus, e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento; Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do hábito, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.

Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. E isto faremos, se Deus o permitir. Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, E provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro, E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério. Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; Mas a que produz espinhos e abrolhos é reprovada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada. Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos. Porque Deus não é injusto, para se esquecer da vossa obra, e do trabalho de amor que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos, e ainda servis. Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas.” Hebreus 5:11 – 6:12

“Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam connosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.” 1 João 2:19

“E esta é a promessa que Ele nos fez: a vida eterna.” 1 João 2:25

Objeções

  • Licença para pecar?

Uma objecção recorrente contra o ensino da segurança eterna em Cristo é a de que isso se torna uma liberdade para viver de forma imoral. O problema com esta acusação é que ela ignora a regeneração activa que Deus executa em nós. Por outras palavras, os críticos desta posição invariavelmente ignoram o facto de que Deus transforma o pecador. Ele faz-nos nascer de novo, e dessa forma somos feitos novas criaturas (“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17)
Como novas criaturas, temos Deus a viver em nós (“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.” João 14:23), e portanto, não podemos permanecer no pecado (“Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado*, porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado*, porque é nascido de Deus” 1 João 3:9).

(* – as palavras utilizadas por João, transliteradas para hamartanei e hamartanōn indicam o pecar de forma contínua.)

  • Hoje sou Cristão, amanhã? Não sei…

A definição de Cristão é erguida e unicamente sustentada pelos alicerces das Escrituras, não cabe mim ou a si (os sujeitos) definir livremente o que é ser Cristão porque essa definição é-nos objectivamente dada pelas Escrituras. Mas uma coisa podemos garantir, aquele que abandona a fé e nega a Jesus nunca foi um Cristão verdadeiro, “Eles saíram do meio de nós, mas não eram dos nossos. Se fossem dos nossos teriam ficado connosco. Mas era preciso que ficasse claro que nem todos são dos nossos.” 1 João 2:19

holding hand

Seguros nas mãos de Deus

Conclusão

Como tivemos oportunidade de analisar, o Cristão necessita de aceitar Jesus como seu Salvador, mas quem é que elege, predestina, chama, regenera, redime, dá a fé, dá o arrependimento, justifica, santifica, faz perseverar e glorifica o crente? Deus, claro.

E se é Deus quem toma a iniciativa de salvar o crente, e se este último apenas responde pela fé que Deus lhe dá, que autonomia ou poder tem o crente para se sobrepor à vontade última de glorificação que Deus predeterminou, quando esse crente apenas dispõe da sua própria humana, carnal, imperfeita e absolutamente ineficaz vontade para tentar frustrar o soberano propósito do criador do Universo?
A resposta é simples: nenhuma autonomia ou poder. Nenhuma.

Caberia a Deus frustrar a sua própria vontade -o que seria ilógico- ou voltar atrás com o seu querer -o que atentaria contra o seu carácter de santidade-, ou seja, não há volte-face no decreto da Salvação: Uma vez salvo, para sempre salvo.

Atingir a salvação não dependeu de nada que nós fizéssemos, mantê-la não depende de nada que possamos fazer; então, desta forma, perdê-la não pode ocorrer por algo que nós mesmo façamos.

Nas palavras de Paul Enns:
“Para um crente perder a sua salvação teria de ocorrer um retrocesso e um desfazer de todas as obras precedentes do Pai, Filho e Espírito. O assunto chave na discussão acerca da segurança do crente diz respeito à pergunta de quem produz a salvação. Se o homem é o responsável por assegurar a sua salvação, então ele pode perdê-la; Se é Deus quem assegura a salvação da pessoa, então essa pessoa estará eternamente segura.” Paul Enns – The Moody Handbook of Theology (Chicago: Moody Press, 1989), p. 341

Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Romanos 8:31


Obras consultadas na elaboração deste artigo:
Is Your Salvation Secure de John MacArthur
Um Cristão Pode Perder a Salvação? de GotQuestions.org
Can you lose your salvation? de Matt Slick
Referências às Escrituras dos Cânones de Dort
P
ara consulta dos versículos citados por favor use o serviço Bible.com (Português, versão ARC)

Bom Natal e Feliz Ano Novo!

Eu sei que o dia 25 de Dezembro muito provavelmente não é a data de nascimento de Jesus Cristo.
Eu sei que o dia 25 de Dezembro foi em tempos usado para prestar culto a um falso deus.

Como estudante da história do Cristianismo estou perfeitamente ciente desses e de outros factos usualmente mencionados por aqueles que não concordam com o festejo do Natal.

Mas esta época é uma oportunidade de ouro que o Cristão tem para poder lembrar ao mundo essa maravilhosa estória de amor que Deus escreveu e fez acontecer há cerca de 2000 anos atrás:
O Homem-Deus que veio ao mundo para morrer por nós, na cruz.

O dia de Natal é um dos raros momentos de que dispomos para falar sobre Jesus aos nossos amigos, familiares, vizinhos, colegas de trabalho e outras pessoas com as quais nos cruzemos -como, por exemplo, o simpático senhor que me cortou o cabelo ontem com quem tive uma breve conversa a respeito- e usar essa oportunidade para lhes apresentar o Evangelho. Não a desperdicemos então, antes celebremos a vida do nosso Salvador porque é tão certo Ele ter nascido em 25 de Dezembro como ter nascido em 12 de Março ou noutro dia do ano. Mas se o Natal é já amanhã, porquê esperar mais tempo?

Em João 17:15, o Apóstolo relembra as palavras de Jesus:

Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.

Ora, se a obra de redenção está concluída, porque motivo Jesus pediria ao Pai para que ficássemos mais um pouco na Terra? Poderia ser que Jesus desejasse que usássemos o tempo e as oportunidades de que dispomos para anunciar esta boa nova àqueles que nos rodeiam e assim chamar a muitos para o Reino do Pai? Quem sabe.

Por isso eu vou aproveitar estes dias em que os corações se abrem um pouco mais, descansando que estão da azáfama desta vida, e com eles partilhar o amor que Deus tem para com a sua criação.

Meu amigos e leitores, estes são os meus sinceros votos para si e toda a sua casa e família:
boas festas

Devemos Ler e Estudar a Bíblia?

Sim! De preferência todos os dias e se tiver essa possibilidade faça-o várias vezes ao dia.

A pergunta-título desta mensagem segue a linha de raciocínio de uma outra que deve estar na cabeça de todo o Cristão após o término do ato litúrgico da sua Igreja: O que foi pregado está de acordo com as Escrituras? Se sim, amém, se não, ore a Deus pelo sacerdote/pregador e esqueça tudo o que ouviu o quanto antes.

E digo que segue essa linha porque o Cristão deve ter clara consciência que nenhuma revelação particular está acima da Revelação que Deus nos faz chegar através dos 66 livros que compõem o Cânone Bíblico Cristão. Neste assunto tão importante sejamos imitadores daqueles a quem Lucas chama de nobres Bereianos no seu livro “Atos dos Apóstolos”, os quais conferiam nas Escrituras se o que era anunciado do púlpito correspondia à verdade.

E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Bereia, e eles, chegando , foram à sinagoga dos judeus. Ora estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalónica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia, nas Escrituras, se estas coisas eram assim.

 

 

Atos 17:10-11

Aproveito a ocasião para partilhar um texto com o qual me cruzei há pouco no blog… Bereianos,  que aborda precisamente esta ideia de que o Cristão só pode saber comparar a verdade da pregação com o que as Escrituras declaram se possuir um abundante conhecimento delas mesmo, conhecimento esse pelo qual vem também a bênção de Deus.

Confira aqui a mensagem original, cujo título bem sugestivo é “O problema do analfabetismo bíblico” e que partilho com os leitores abaixo. Boa leitura!


Historicamente temos no Brasil uma considerável diminuição no analfabetismo, mas nas igrejas temos um crescente índice de analfabetismo bíblico e isso é sempre preocupante. Os crentes não leem (sic) mais a Bíblia de forma sistemática.

Ao usar o termo analfabetismo bíblico estamos designando uma falta de conhecimento das Sagradas Escrituras, não meramente um conhecimento intelectual, mas, experimental, um crescimento na graça e no conhecimento como disse o Apóstolo Pedro em sua segunda epístola (2 Pedro 3.18).

Estamos inseridos numa geração pragmática, onde vigora o “funciona”, uma geração que busca resultados imediatos, mas sem estrutura, sem cerne, sem fundamento sólido. Uma geração que tem edificado sobre a areia, que não tem sustentação e nutrição. Temos uma crescente influência da “cultura gospel”, que transforma artistas em ícones e gurus que através de redes sociais tem ‘discipulado’ muitos.

O analfabetismo bíblico não se limita a onda da cultura pop que envolve jovens cristãos. A exaltação de experiências místicas e revelações que ultrapassam os ensinos bíblicos têm sido também um fator que contabiliza pontos negativos para o crescimento espiritual da igreja no Brasil. Outro fator que podemos mencionar é a carência de genuíno ensino bíblico, muitas igrejas têm substituído o ensino e exposição das Escrituras por entretenimento. A centralidade em músicas, teatro, dança ou qualquer manifestação artística é um fator negativo para o crescimento de uma igreja. O centro do culto deve ser o Deus trino, sua Palavra nos foi dada para seguirmos sua vontade, a infidelidade do culto de muitas igrejas tem sido sua chaga. Tudo no culto deve ser gerido pela Escritura e ao que ela determina. Devemos apreciar artes e incentivar nosso povo a desenvolver uma leitura cultural baseada na Escritura e na graça comum, mas o culto é determinado por quem o aceita e não por quem o oferece.

O profeta Oséias nos diz:

“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.”

 

Oséias 4.6

Vemos no texto de Oséias que o povo é destruído pela falta de conhecimento, quando esse conhecimento está ausente, quando ela falta ao povo, isso acarreta sérias consequências. Observamos que inicialmente a responsabilidade do desvio do povo é responsabilidade do sacerdote, pois o sacerdote se esqueceu da lei do Senhor, se o líder está longe da palavra o povo sofrerá por isso, o povo será influenciado por isso. Mas o julgamento de Deus não se limita aos líderes infiéis, o povo é responsável por seus descaminhos, pois a lei de Deus foi dada para que seja observada pelo povo como nos diz Deuteronômio:

“ESTES, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR vosso Deus para ensinar-vos, para que os cumprísseis na terra a que passais a possuir; Para que temas ao SENHOR teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam prolongados. Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os guardares, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o SENHOR Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel. Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.”

 

Deuteronômio 6.1-9

Na leitura de Oséias ainda lemos:

“Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e castigá-lo-ei segundo os seus caminhos, e dar-lhe-ei a recompensa das suas obras.”

 

V.9

Note que o castigo de Deus não é somente ao líder que negligenciou a lei, mas também ao povo, o povo tem responsabilidade diante de Deus.

Muitas vezes ao olharmos para a situação da igreja evangélica brasileira, podemos deduzir erroneamente que muitos seguem os ensinos neopentecostais por ignorância somente, mas na prática não é assim. Muitos deixam igrejas históricas e migram para os arraiais do neopentecostalismo em busca de prosperidade financeira, cura física para alguma enfermidade ou qualquer outro interesse que se tenha. Tais pessoas também são culpadas por seus pecados, elas respondem diante de Deus por sua apostasia. O homem não é um coitadinho, ele é pecador, inimigo de Deus, que tem prazer em pecar. Ninguém será julgado pelo pecado de outro, mas, pelos seus próprios pecados.

A Bíblia nos recomenda a lermos a lei do Senhor todos os dias, ela é nosso alimento, nosso pão, ela nos sacia:

“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.”

 

Josué 1.8

Devemos estudá-la:

“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.”

 

João 5.39

Devemos julgar qualquer ensino pelas Escrituras:

“Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.”

 

Atos 17.11

Devemos ser praticantes da Palavra:

“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.”

 

Tiago 1.22

A Palavra deve saturar nossas vidas:

“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao SENHOR com graça em vosso coração.”

 

Colossenses 3.16

Os sérios problemas que temos hoje nas igrejas são decorrentes da falta de conhecimento das Escrituras Sagradas, como vimos no inicio, não um mero conhecimento intelectual, mas, conhecimento prático também. Temos muita música, muito entretenimento e uma escassez exposições e pregações bíblicas.

Com o profeta Oséias aprendemos muito sobre isso e a solução para o analfabetismo bíblico:

“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.”

 

Oséias 6.3


Para finalizar, e pedindo desculpa ao autor do texto pela ousadia, gostaria de mencionar mais alguns textos bíblicos que focam este assunto:

Paulo escreve ao seu discípulo Timóteo

Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.

 

2 Timóteo 2:15

e ainda

Tu, porém, mantém-te firme naquilo que aprendeste e aceitaste confiante. Sabes bem de quem o aprendeste e que desde a infância conheces as Sagradas Escrituras. Sabes que elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e serve para ensinar, convencer, corrigir e educar, segundo a vontade de Deus, a fim de que quem serve a Deus seja perfeito e esteja pronto para fazer tudo o que é bom.

 

2 Timóteo 3:14-17 (Tradução Bíblia para Todos)

 

Jesus, quando tentado no deserto, responde ao diabo

E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus.

 

Lucas 4:4

 

sendo que “palavra de Deus” é uma referência às Escrituras, e não a uma qualquer particular revelação.

No Antigo Testamento podemos encontrar a seguinte prática

Liam em voz alta o livro da lei de Deus, traduziam-no e explicavam-no para que todos compreendessem a Escritura.

 

Neemias 8:8 (Tradução Bíblia Para Todos)

Penso que ficou cumprido o objectivo desta mensagem, que era o de passar um conselho simples mas importante:
O Crente deve ler e estudar as Escrituras de uma forma constante pois essa prática é recomendada quer no Antigo Testamento quer no Novo Testamento e declarada como essencial para a boa condução da vida espiritual daqueles que amam a Deus.

Espero que este texto possa despertar em si uma vontade de ler a Bíblia. Se for esse o seu caso, aceite a minha sugestão e leia a partir daqui seguindo depois em diante até ao fim do Novo Testamento. Quando chegar lá, volte trás e leia tudo novamente.

Um abraço, Deus o/a abençoe.

Como Defender o Seu Argumento Pró-Vida em 5 Minutos ou Menos

Por Scott Klusendorf do Life Training Institute – A navegação pelo site deles é altamente recomendada, pelos óptimos e vastos recursos que lá encontramos para a defesa da posição pró-vida.


Uma Defesa Pró-Vida

Suponha que tem apenas cinco minutos para apresentar graciosamente as suas crenças pró-vida a amigos ou colegas de turma/trabalho. Consegue fazê-lo usando argumentos racionais? O que deve dizer? E como é que pode simplificar a questão do aborto para aqueles que julgam que ela é irremediavelmente complexa?

Veja como ter sucesso em três simples passos:

1) Esclareça a questão. Os defensores da posição pró-vida argumentam que a prática do aborto tira injustamente a vida a um ser humano indefeso. Assim simplificamos a polémica do aborto ao apontar a atenção pública a apenas uma pergunta: O nascituro é um membro da família humana? Se assim for, matando-o/a para beneficiar outros é um grave erro moral. A prática do aborto trata o distinto ser humano, com o seu próprio valor moral inerente, como nada mais do que um instrumento descartável. Por outro lado, se os nascituros não são humanos, matá-los por qualquer motivo não requer maior justificação do que aquela necessária para arrancar um dente.

Por outras palavras, argumentos baseados na “escolha” ou “privacidade” passam completamente ao lado da questão. Conhece alguém que apoie a ideia de uma mãe matar o seu filho de 1 ano porque ela “tem poder de escolha”? Claramente, se os não-nascidos são seres humanos, como o são as crianças de 1 ano, não devemos matá-los em nome da escolha da mesma forma que não matamos uma criança por esse motivo. Mais uma vez, este debate roda em torno de uma e apenas uma pergunta: O que é o nascituro? Neste ponto, alguns podem argumentar que as suas comparações não são justas, que matar um feto é moralmente diferente do que matar uma criança. Ah, mas esse é o problema, não é? São os nascituros, como o são as crianças, membros da família humana? Essa é a única questão que importa. (Veja o artigo “Toddler Tactics” para saber mais sobre isto.)

Relembre os que o criticam que você é vigorosamente “pró-escolha” quando se trata de mulheres escolherem uma série de bens morais. Você apoia o direito da mulher de escolher o seu próprio médico, de escolher o seu próprio marido, de escolher o seu próprio trabalho e escolher a sua própria religião, para citar apenas alguns exemplos. Estas são algumas das muitas opções que você apoia plenamente que as mulheres tomem. Mas algumas escolhas são erradas, tal como matar seres humanos inocentes porque simplesmente eles são um estorvo e não se podem defender.1 Não, esse tipo de escolha não deve ser permitida.

2) Defenda a sua posição pró-vida através da ciência e da filosofia. Cientificamente falando, sabemos que desde os primeiros estágios de desenvolvimento, os nascituros são única e completamente seres humanos vivos. Os principais livros de embriologia confirmam-no.2 Por exemplo, Keith L. Moore e T.V.N. Persaud escreveram: “Um zigoto é o início de um novo ser humano. O desenvolvimento humano começa no momento da fertilização, o processo durante o qual uma gâmeta masculino ou esperma … une com um gâmeta feminino ou oócito (ovócito) … para formar uma única célula denominada zigoto. Esta altamente especializada célula germinal marca o início de cada um de nós como um indivíduo único.”3 Antes de defender a prática do aborto, o ex-presidente de Planeamento Familiar Americano, Dr. Alan Guttmacher, manifestou perplexidade que qualquer pessoa, muito menos um médico, sequer questionasse este facto. “Isto parece ser tão simples e evidente que é difícil imaginar um tempo em que não fazia parte do senso comum”, escreveu ele no seu livro “Life in the Making”.4

Filosoficamente, podemos dizer que os embriões são menos desenvolvidos do que os recém-nascidos (ou, para esse efeito, que qualquer criança), mas esta diferença não é moralmente significativa da forma que os defensores do aborto precisam que ela seja. Considere a afirmação de que a capacidade imediata para a auto-consciência confere valor aos seres humanos. Repare que este não é um argumento, mas uma afirmação arbitrária. Porque motivo algum desenvolvimento é necessário? E porque motivo é este particular grau de desenvolvimento (ou seja, maior função cerebral) decisivo na vez de outro? Estas são perguntas que os defensores do aborto não abordam adequadamente.

Como Stephen Schwarz aponta, não há nenhuma diferença moralmente significativa entre o embrião que você foi uma vez e o adulto que você é hoje. As diferenças de tamanho, nível de desenvolvimento, meio ambiente e grau de dependência não são relevantes ao ponto de podermos dizer que você não tinha direitos enquanto embrião, mas que os tem hoje. Pense na sigla TANG (em Inglês, SLED) como um lembrete útil dessas diferenças não essenciais: 5

Tamanho: É verdade, os embriões são menores do que os recém-nascidos e adultos, mas porque é que isso é relevante? Será que realmente quero dizer que as pessoas grandes são mais humanas do que as pequenas? Os homens são geralmente maiores do que as mulheres, mas isso não significa que eles mereçam mais direitos. Tamanho não é igual a valor.

Ambiente: Onde você está não tem qualquer influência sobre quem você é. O seu valor muda quando você atravessa a rua ou rola para a outra ponta da cama? Se não muda, como pode uma jornada de 20 cm a descer o canal de parto de repente mudar a natureza fundamental do nascituro de não-humano para humano? Se os nascituros não são ainda humanos, a simples mudança na sua localização não os pode tornar valiosos.

Nível de desenvolvimento: É verdade, os embriões e os fetos são menos desenvolvidos do que os adultos nos quais um dia se irão tornar. Mas, novamente, porque é que isso é relevante? Meninas de 4 anos de idade são menos desenvolvidas do que as de 14 anos de idade. Devem as crianças mais velhas terem mais direitos do que os seus irmãos mais novos? Algumas pessoas dizem que é a auto-consciência que faz um ser humano. Mas se isso é verdade, os recém-nascidos não se qualificam como valiosos seres humanos. Crianças de seis semanas de idade não têm a capacidade imediata para a realização de funções mentais humanas, assim como aqueles em estado de coma reversível, os que dormem, e os que sofrem com a doença de Alzheimer.

Grau de Dependência: Se a viabilidade nos torna humanos, então todos aqueles que dependem de insulina ou medicação para os rins não são valiosos e podemos matá-los. Gémeos siameses que dividem o tipo de sangue e sistemas corporais também não têm direito à vida.

Em suma, é muito mais razoável argumentar que, embora os seres humanos difiram imensamente no que diz respeito ao talento, realizações e graus de desenvolvimento, eles não deixam de ser iguais em valor, porque compartilham uma natureza humana entre si.

3) Desafie os seus ouvintes a serem intelectualmente honestos. Faça-lhes as perguntas difíceis. Quando os seus críticos disserem que o nascimento faz com que o nascituro se torne um ser humano, pergunte: “Como é que uma mera mudança de local de dentro do útero para fora do útero muda a natureza fundamental do nascituro?” Se eles disserem que o desenvolvimento do cérebro ou a auto-consciência nos torna humanos, pergunte se eles concordariam com Joseph Fletcher que diz que as pessoas com um QI abaixo de 20 ou talvez 40 devessem ser declaradas não-pessoas? Se não, porque não? É verdade que algumas pessoas vão ignorar o caso científico e filosófico que você apresentar para a visão pró-vida e defendam o aborto unicamente na base de um interesse próprio. Mas essa é a maneira preguiçosa de estar. Lembre os seus críticos que se nos preocupamos com a verdade, devemos corajosamente seguir os factos onde quer que eles nos levam, não importando qual o custo para os nossos próprios interesses.

Notas:

1. Gregory Koukl, Precious Unborn Human Persons (Lomita: STR Press, 1999) p. 11.

2. Veja também, T.W. Sadler, Langman’s Embryology, 5th ed. (Philadelphia: W.B. Saunders, 1993) p. 3; Ronand O’Rahilly & Pabiola Muller, Human Embryology and Teratology, 2nd ed. (New York: Wiley-Liss, 1996) pp. 8, 29.

3. Keith L. Moore and T.V.N. Persaud, The Developing Human: Clinically Oriented Embryology (Philadelphia: W.B. Saunders Company, 1998) p.2.

4. A. Guttmacher, Life in the Making: The Story of Human Procreation (New York: Viking Press, 1933) p. 3.

5. Stephen Schwarz, The Moral Question of Abortion (Chicago: Loyola University Press, 1990) p. 18.


Resolvi adicionar a este texto um vídeo que exemplifica o que é o aborto, para que todos saibamos da forma mais clara e dura possível que o nosso silêncio em relação a esta vil prática tem como resultado o extermínio de milhares de Seres Humanos indefesos no nosso País (mais de 100 mil nos últimos 7 anos) e por todo o mundo (entre 40 a 50 milhões por ano).

Aviso: O seguinte vídeo contém imagens explícitas e perturbadoras sobre a grave injustiça cometida a bebés por nascer, primeiro com 7 e 10 semanas (até esta fase o ato é despenalizado em Portugal) e por último 24 semanas após a fertilização (ato permitido, por exemplo, nos Estados Unidos).

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