A Diferença Entre Acreditar nos Evangelhos e Confiar no Evangelho
Traduzido do Cold Case Christianity, de J. Warner Wallace:
Eu inclinei-me para ela e disse “Acho que pode ser verdade”. “O que é que pode ser verdade?”, perguntou a Susie. “O Cristianismo”, respondi. “Quanto mais olho para os Evangelhos, mais me parecem ser testemunhos oculares reais”.
Passei meses a examinar as afirmações dos Evangelhos, a avaliá-los utilizando o modelo que tipicamente aplico às testemunhas oculares durante as minhas investigações criminais. No fim da minha análise, estava confiante na sua fiabilidade. Eu acreditei que os Evangelhos me estavam a contar a verdade sobre Jesus. Mas eu ainda não era um Cristão. Eu tinha aquilo a que me refiro muitas vezes por “acredito que”. Examinei o que os Evangelhos tinham a dizer sobre Jesus, e depois de os testar rigorosamente fiquei com confiança na sua precisão, que a idade dos documentos era próxima aos factos ocorridos, que a sua transmissão foi feita de forma confiável e na não-existência de um de relato tendencioso.
Mas eu ainda tinha uma questão profundamente importante por responder: “O que significa a cruz no meio disto? Por que é que Jesus teve que morrer assim?” A minha esposa, Susie, tinha sido criada como católica cultural [ndt: alguém que diz ter uma crença mas que se aplica de forma meramente social, na linguagem, nos hábitos, nos costumes, na prática de ir à Igreja, etc, sem que isso represente um novo nascimento em Cristo], e embora ela estivesse familiarizada com a linguagem e as doutrinas do catolicismo, a sua resposta foi simplesmente: “Eu realmente não sei”. Depois de meses de investigação, eu acreditava que os Evangelhos me falavam sobre Jesus, mas eu ainda não estava pronto para aceitar o Evangelho da Salvação.
Ontem, a CBN [ndt: Rede de Televisão e Internet Cristã] noticiou a história da minha viagem de “acredito que” para “acredito em”. É realmente a primeira vez que eu conto esta história de forma completa, e espero que ela o(a) ajude a ver o papel que as evidências podem desempenhar, movendo-nos da concordância intelectual à submissão voluntária.
Para mim, a transição de “acredito que” para “acredito em” pode ser resumida de forma simples. A minha investigação a Jesus trouxe-me a um lugar de certeza e confiança. O que eu li sobre Jesus nos Evangelhos levou-me ao “acredito que”. Mas o que eu li sobre mim nos Evangelhos levou-me ao “acredito em”. Durante meses foquei-me em testar a fiabilidade dos Evangelhos sem realmente abraçar os ensinamentos de Jesus relacionados com a minha própria condição de Ser Humano. Ainda me lembro onde eu estava quando comecei a ler esses relatos através de uma nova perspectiva, desta vez olhando para o que eles disseram sobre a minha própria natureza humana. Foi convincente.
Eu nunca fui alguém que se considerasse como uma pessoa má. Na verdade, o meu papel como agente de polícia só amplificou o meu orgulho e sentimento próprio de “bondade”. Mandei bandidos para a cadeia. Eu pensava que entendia a diferença entre o certo e o errado, o bem e o mal. Eu estava de um lado das barras, as pessoas más estavam do outro. Mas o Novo Testamento corroeu a minha confiança na minha própria justiça. Quando eu me vi nas páginas das Escrituras, eu tive de admitir a sua exatidão. Elas descreviam-me na perfeição. Quanto mais eu as lia, mais reconhecia a minha necessidade de um Salvador. De repente, o Evangelho fazia sentido.
Toda a cosmovisão [ndt: a forma como vemos e interpretamos o mundo] faz e responde a três perguntas: Como chegamos até aqui, porque motivo está tudo tão estragado, e como o podemos corrigir? Quando entendi a resposta para a segunda pergunta, fiquei pronto para abraçar a resposta para a terceira. O nosso problema é a rebelião, o mesmo tipo de rebelião que eu tinha vindo a demonstrar de forma tão vívida durante 35 anos como um não-crente. Como o podemos corrigir? O Evangelho. Quando eu entrei pela primeira vez numa igreja evangélica e ouvi o pastor a descrever Jesus, eu não estava pronto para aceitar a mensagem da Salvação. Eu tinha que começar por analisar os relatos das testemunhas do Evangelho.
Esta investigação aos Evangelhos levou-me a um estado de preparação. Eu estava preparado, como resultado da minha investigação, para ouvir o que Jesus tinha a dizer sobre mim. Não haja equívoco sobre isto, a minha anterior ideia de “acredito que” não era uma fé que salva. Mas o atual “acredito em” não teria sido tão robusto se não fosse a confiança nas evidências que recolhi na minha investigação inicial. O “acredito que”, quando fundamentado com evidências necessárias para o “acredito em” torna-se muito mais apto para um envolvimento confiante e vigoroso no mundo. Este é um aspeto muitas vezes esquecido na apresentação de uma defesa do Cristianismo baseado em evidências ( apologética ). Mas, a confiança baseada em informação tem uma aparência diferente da fé cega. Eu consigo ver a diferença quando viajo por todo o país. Quando as nossas perguntas são respondidas e as evidências são claras, começamos a viver de uma forma diferente. Quando estamos confiantes que os Evangelhos são uma precisa descrição -no que dz respeito às evidências de que dispomos- da história da humanidade, somos muito mais propensos a compartilhar a nossa confiança no Evangelho da Salvação.
J. Warner Wallace é um detetive de casos de homicído arquivados, defensor do Cristianismo, e autor de Cold-Case Christianity e ALIVE
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Bom é que todos os amigos leitores possam analisar de forma coerente as reivindicações do Cristianismo e só depois escolher se querem aceitar a mensagem do Evangelho. Depois, não antes. A eternidade é muito tempo para se estar errado!